segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Crianças são retiradas de casa em péssimas condições de higiene em SP

Os cinco irmãos, entre 1 e 9 anos, moravam com os pais em Campinas.
Dentro da casa, eles estariam em espaço com sujeira e restos de comida.

Cinco crianças foram retiradas da casa onde viviam com os pais na periferia de Campinas, a 103 km de São Paulo, porque o local foi considerado em péssimas condições de higiene pelo Conselho Tutelar. Os irmãos, entre 1 e 9 anos de idade, foram levados neste domingo (12) em um carro da Guarda Municipal.

A situação só foi descoberta por causa de uma denúncia de briga do casal. Dentro da casa, havia sujeira para todos os lados. Sentados no sofá da sala, a mãe e o pai resistiram a falar sobre o assunto.

Em todos os cômodos havia sujeira. Na cozinha, restos de comida sobre o fogão dividiam espaço com latas de cerveja espalhadas. Nos quartos, havia roupas emboloradas e sapatos amontoados no mesmo espaço onde dormia a família.

De acordo com o Conselho Tutelar, as cinco crianças estavam em situação de negligência. Elas não sofreram maus tratos, mas foram levadas da casa pela falta de higiene. Os menores vão permanecer em um abrigo até que os pais tenham condições de recebê-los.

Fonte: do G1 - Bom dia São Paulo

Polícia: menino foi morto a pauladas por madrasta em AL

A Polícia Civil de Alagoas concluiu o inquérito sobre a morte do estudante Leandro Oliveira da Silva, 11 anos, assassinado a pauladas em seu quarto enquanto lia um gibi, no bairro Canaã, em Maceió (AL), no dia 10 janeiro. Segundo o delegado do 5º Distrito Policial, Arnaldo Soares de Carvalho, Leandro foi morto pela madrasta, a dona de casa Adriana Maria Barros Silva.

Para chegar a esta conclusão, o delegado analisou perícias, refez depoimentos e descobriu a origem do pedaço de pau que matou Leandro. "Este pedaço de pau era da casa onde o menino morava. A madrasta era a única pessoa que estava com o menino. Ela o matou entre as 4h e 5h e depois saiu de casa, às 7h. Os laudos são terríveis, as pancadas só foram na cabeça. Ela negou, dizendo que a casa foi arrombada. Não houve arrombamento", afirmou.

O inquérito será encaminhado à 9ª Vara Criminal e acusa a madrasta de homicídio qualificado. Se for presa, Adriana Maria pode pegar 30 anos de prisão.

Uma das pistas que mais chamou a atenção da polícia foi um bilhete, que estava ao lado do corpo do garoto. "O bilhete dizia que o menino era um 'cagoete safado' (dedo-duro) porque havia denunciado supostos traficantes de drogas na escola onde ele estudava. Mas descobrimos que o bilhete foi 'plantado' porque até a expressão escrita era dela. Segundo os vizinhos, ela costumava chamar o menino assim", explicou.

"Ela matou o menino por um destes dois motivos: ou ele descobriu que ela tinha um amante e ameaçou contar tudo para o pai ou porque ela queria ficar com a herança sozinha: a casa onde eles moravam", afirmou o delegado.

O pai do menino assassinado, Manoel Messias, não acredita na versão da polícia. "Ele disse que tudo isso é uma armação. Ele é apaixonado por ela, os vizinhos sabiam quem era a madrasta", disse Carvalho.

5 milhões de crianças têm distúrbio mental no país.




Estudo da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) informa que 12,6% dos brasileiros com idade entre 6 e 17 anos apresentam sintomas de transtornos mentais.

Aferido por meio de pesquisa nacional feita pelo Ibope, o percentual corresponde a cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes.

Por encomenda da ABP, pesquisadores do Ibope foram às ruas para responder à seguinte pergunta: Como anda a saúde mental da criança brasileira?

Realizaram-se 2.002 entrevistas com mães residentes em 142 municípios brasileiros. Deu-se entre os dias 15 e 19 de agosto de 2008.

Depois de compilados, os dados foram assentados num estudo que acaba de ser divulgado pela ABP. A íntegra está disponível aqui. Eis as principais revelações:

1. 12,6% das crianças e adolescentes do país apresentam sintomas de distúrbios da mente. Problemas que exigem tratamento especializado;

2. Desse total, 8,7% --algo como 3 milhões de crianças e adolescentes—convivem com sinais de hiperatividade ou desatenção;

3. 7,8% possuem dificuldades com leitura, escrita e contas. São sintomas associados a algo que os especialistas chamam de transtorno de aprendizagem;

4. 6,7% têm sintomas de irritabilidade e comportamentos desafiadores;

5. 6,4% arrostam dificuldade de compreensão e atraso em relação a outras crianças da mesma idade.

6. 4,2% registram indícios importantes de depressão;

7. Uma legião de crianças e adolescentes convive com males que os médicos catalogam como “transtornos ansiosos”.

Por exemplo: 5,9% têm ansiedade incomum quando separadas de uma pessoa à qual são apegadas...;

...4,2% quando submetidas a “situações de exposição social”;

...E 3,9% quando confrontadas com atividades rotineiras como deveres escolares ou dúvidas quanto ao futuro ou à saúde dos pais;

8. Mais de 1 milhão de crianças e adolescentes (2,8%) apresentam problemas com o consumo de álcool e outras drogas.

9. 3,4% têm apresentam distúrbios de conduta. O que os leva a mentir, brigar, furtar e desrespeitar as pessoas;

Do total de cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes às voltas com indícios de trantornos mentais 28,9% ou não conseguiram ou não tiveram acesso a atendimento médico no sistema público de saúde.

A maioria (46,7%) obteve tratamento em unidades do SUS. E um contigente de 24,2% foi socorrido por meio de convênios privados ou atendimento médico particular.

Com base em informações oficiais do Ministério da Saúde, o estudo ABP informa que há no Brasil apenas 264 unidades de atendimento público voltado a essa clientela.

São chamados de CAPSI (Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil). À luz dos dados revelados na pesquisa, a rede pública teria de ser muito maior, conclui o estudo da associação de psiquiatria.

Para atender toda a demanda apontada pelo estudo, cada CAPSI precisaria atender 21 mil pacientes por ano.

Hoje, cada centro atende anualmente uma média de 240 crianças e adolescentes.

Coordenadora do estudo da Associação Brasileira de Psiquiatria, Tatiana Moya lamenta:

“Não temos onde atender, encaminhar e dar assistência. É um cenário triste, pois a falta de tratamento traz conseqüências sérias...”

“...Crianças que não conseguem tratamento se desenvolvem mal e se tornam adultos vulneráveis...”

“...Têm dificuldades de manter sua autonomia, estabilidade econômica e cuidados com os filhos, que também ficam mais vulneráveis”.


Escrito por Josias de Souza às 01h51

Fonte: Folha Online